terça-feira, 7 de abril de 2015

Rio Roosevelt e Rio Aripuanã no Fly

Rio Roosevelt e Rio Aripuanã no Fly 
 
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A escolha
 
Quando se fala em destino de pesca, sempre a minha opção nº 1 é a Amazônia.
 
Se pudesse iria lá 12 vezes ao ano. Nada do que vi até hoje se compara aquele ambiente tão vasto, com sua floresta quase que intocada e seus rios caudalosos com peixes fantásticos para serem capturados com mosca.
 
Já há algum tempo vinha alimentando o desejo de conhecer o Rio Roosevelt e resolvi que já era hora.
 
Região escolhida restava encontrar uma estrutura que se localizasse em um local do rio ainda preservado e que possuísse valores justos, pois pagar valores abusivos definitivamente não é a nossa praia.
 
Após analisar as opções existentes, a pousada que mais nos pareceu interessante se localizava no encontro dos Rios Roosevelt e Aripuanã, possibilitando ainda acesso ao rio Guariba e suas lindas lagoas.  
 
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A Pousada com boa estrutura e bom atendimento
 
Resolvemos que iríamos pescar com mosca por aquelas águas durante seis dias no mês de setembro, que em tese, é o mais adequado para essa modalidade de pesca.
 
Os companheiros
 
Desta vez foram dois, o grande amigo de sempre Juarez e o novo e animado companheiro Rafael Sulista. 
 
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A viagem
 
Para que tudo não ficasse muito careta, chato e sem aventuras resolvemos ir até Porto Velho de avião e no próprio aeroporto alugarmos um veículo para cortar os 500 km que faltavam até o ponto de pesca.  Visando não fomentar a velha indústria da exploração brasileira que chega ao ridículo de cobrar R$ 550,00 por dia por um carro 4x4 e também para dar um tom a mais de aventura na viagem, optamos por locar um veiculo pequeno, mesmo sabendo que rasgaríamos 300 km de terra pela rodovia Transamazônica. E assim se fez ...
 
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A Aventura vai começar !!!
 
Após 200 km de asfalto, cruzamos pela segunda vez por balsa o barrento Rio Madeira e iniciamos nossa aventura por terra pela Transamazônica. A estrada estava surpreendentemente boa e nem a chuva brava que caiu durante parte de nosso trajeto nos atrapalhou. Nesse percurso passamos pelo lindo Rio Marmelo, muitas veredas, lagoas naturais, pedágios em terras indígenas, avistamos grandes árvores, muitas aves, Araras e até o raro Urubu Rei.
SENSACIONAL !!!
 
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A Transamazônica
 
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O belo Urubu Rei
 
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Uma das mais de 40 pontes que cruzamos
 
Ao chegarmos às margens do Aripuanã, o pessoal da pousada já nos esperava com duas embarcações para nos conduzir até a estrutura, só acessível por barco, em viagem rio acima com duração de 15 minutos. 
 
Os rios
 
O Rio Roosevelt não tem águas de cor negra como as do Rio São Benedito, que particularmente acho fantástica em termos de beleza. A sua tonalidade nessa época é razoavelmente translucida, que considero ideal para a pesca com mosca. Porém a beleza de seus imponentes pedrais, suas águas fortes com inúmeras corredeiras, margeadas pela imponente floresta Amazônica, com algumas árvores tendo entre 500 a 700 anos de idade, faz daquele rio o mais lindo que já naveguei. Realmente a vontade que se tem ao primeiro vislumbre é de se sentar e chorar.
 
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O Rio Aripuanã tem características semelhantes ao Roosevelt, porém um pouco mais largo, mais raso e com pedras menos proeminentes.
 
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O Rio Guariba é afluente do Aripuanã, mais estreito e fundo que os outros dois. Não é tão bonito quanto seus irmãos maiores.
 
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Casa de ribeirinhos as margens do Guariba 
 
São duas lagoas localizadas em ambas as margens do Rio Guariba com águas com um tom levemente barrento. Acessíveis apenas por terra, porém o pessoal da pousada deixa disponibilizado permanentemente dois barcos para o conforto dos pescadores.
 
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Arremessando na lagoa
 
São razoavelmente grandes ocupando um dia inteiro de pesca tranquilamente. Avistamos vários Pirarucus enormes que ocasionalmente subiam para respirar.
 
A pesca
 
Apesar de não ser nosso objetivo, o peixe mais capturado foi o Tucunaré que lá é da  espécie Cichla Pinima, nativo da região. São vorazes, fortes e fáceis de pescar com mosca. Havia uma grande quantidade deles espalhados pelo rio, até quando batíamos nas corredeiras atrás de outras espécies eles apareciam. Muitos peixes foram embarcados, porém o tamanho dos exemplares deixou a desejar. Foram capturados o dia todo em profundidades que variavam entre 30 cm a 2 metros de profundidade.
 
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Close neste Pinima que era bem feioso
 
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Pequenos
 
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Pequenos
 
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Esbranquiçados
 
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Amarelos
 
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E escuros
 
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Voando !!!
 
Bicudas estavam presentes no entorno de pedras onde havia corredeiras.
 
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Quantidade razoável de peixes embarcados com uns poucos exemplares de bom tamanho. Foram capturados o dia todo em profundidades que variavam entre 30 cm a 2 metros de profundidade. Peixe fantástico!
 
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Rafael e seu belo exemplar
 
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Rafael e sua arma
 
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Cachorras Largas, por possuírem a boca super dura que dificulta muito cravar o anzol, pelo local que habitam (corredeiras bravas que complicam o trabalho da mosca ou poços profundos, muito profundos) aliados a sua força descomunal, em minha opinião, dos peixes que conheço, é a espécie mais difícil de ser capturada com mosca. Mas ... pelo amor de Deus, essa é a minha opinião e, só conheço peixes brasileiros e de água doce então ....  
 
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Elas estão ali ó, logo no pé da corredeira, é facinho facinho !!! 
 
As moscas eram atacadas somente pela manhã e à tardinha em profundidades que variavam entre 2  a 20 metros de profundidade. Perdemos algumas, mas na foto, só essa. Uma vergonha (ah,ah,ah) !!!
 
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Apapás eram encontrados no meio das corredeiras e no entorno das pedras. São peixes que estão em abundância durante a cheia, porém com o rio baixo eles somem. Dessa forma a quantidade e o tamanho dos peixes embarcados deixaram a desejar. Foram capturados o dia todo em profundidades que variavam entre 1 a 3 metros de profundidade.  
 
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Aruanãs, essas sim merecem um melhor comentário. Confesso que não sentia muito desejo pela pesca dessa espécie e ainda não havia capturado esse peixe.  
 
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Até hoje, em meus anos pescando com mosca sinceramente não tinha experimentado uma pescaria em que arremessos de precisão fossem realmente necessários, mas com as Aruanãs enfim isso se concretizou. A pesca é toda no visual. A distância ideal de as avistarmos é a uns 20 metros. Em seguida é necessário um rápido e preciso arremesso no qual a mosca deverá pousar a aproximadamente 1 metro dela. Se tudo for realizado corretamente basta um ou dois pequenos toques para dar vida ao streamer e curtir o ataque e a briga com o peixe. Se a mosca cair longe ela não vê e se cair muito perto ela se assusta e cai fora. Até então a única espécie que havia capturado que exigia um pouquinho (mas pouco mesmo) de senso de direção no arremesso eram os tucunarés, pois para que tudo de certo a mosca deverá ser pinchada mais ou menos perto do peixe.  Isso tudo porque os tucunarés são super agressivos, então se eles estiverem por ali de um jeito ou de outro irão atacar a isca. Exceção apenas para o período de acasalamento em que o sucesso depende de "trezentos arremessos" na cabeça do peixe até ele se enfurecer e atacar. Nesse período sim a precisão é necessária, porém como ele quase não sai do lugar, depois de 20 pinchos "meia boca", um cai na cabeça do tucuna e aí o sujeito consegue fisgá-lo. Quanto aos peixes que conheço (Dourados, Matrinchãs, Tabaranas, Cachorras, Bicudas, Piracanjubas, Apapas, e outros que não me recordo agora) você quase sempre imagina onde o peixe está, pincha no local que considera adequado e torce para que exista um exemplar por ali, mas precisão de verdade, não é necessário. Exceção apenas quando visualizamos o peixe e arremessamos para ele, mas nessas espécies acima citadas isso não é algo comum de ocorrer. Já com a Aruanã a chance é única, pois o peixe fica nadando na superfície o tempo todo. Avistou o peixe na distância adequada e arremessou corretamente ... pega, porém se errar ... dança. Show !!!  
 
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Foto legal da “equipe de foto e filmagem” trabalhando (ah,ah,ah!!!)
 
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Enfim, o local possui trechos de rios muito preservados sem quase que nenhuma pressão de pesca e boa quantidade de peixes. Mas, para ser sincero, esperava mais qualidade (tamanho) nos exemplares capturados, afinal estávamos no coração da Floresta Amazônica. Mesmo assim, acredito que o local deva ser conhecido por pescadores de mosca, pois são rios históricos e de beleza impar.
 
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A imponente Sumaúma que chega a mais de 50 metros de altura
 
Tiveram ainda ...
 
Muitos Jacundás sem vergonha!
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Umas piranhas chatinhas!
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Várias cachorras facão!
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“Aquelas" Bicudas Amazônicas de dente
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Algumas belas aves!
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Insetos incríveis!
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Besouros enormes!
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Esse aí se resolvesse atacar o cãozinho, certamente mataria o coitadinho!
 
Uma capela perdida no meio do nada que, diz a lenda, foi o presidente Roosvelt que pediu que a construísse
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Boas brigas com bons peixes!
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Com a Floresta Amazônica como pano de fundo. Incrível!!!
 
Lindas formas e texturas amazônicas!
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Almoço feito na lenha seca da floresta todos os dias, o que conferia um sabor todo especial para as carnes
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Lindos Jacarés Açus flagrados à noitinha
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E outros camuflados que eram visualizados de dia
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Muitos e muitos Botos
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E como sempre, quase tudo isso retratado pela lente do velho e grande amigo Juarez
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Materiais:
 
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Varas de ação rápidas e super rápidas.
 
Varas #7 (Marcelo) e #8 (Juarez e Rafael).
 
Linhas Intermediates à cabeças de tiros Sinking (infelizmente passamos da fase do romantismo, então após algumas tentativas descobrimos que, como de costume, as linhas flutuantes não estavam com nada).
 
O trio utilizou Articulados M´longo quase que exclusivamente atados em anzóis 2/0 e 3/0.   
 
Ocasionalmente o Juarez e Rafael utilizaram outros Streamers com sucesso também. 
 
E tudo isso terminando com um lindo por do sol
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Abraços,
 

 
Marcelo Longo
 

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